Friday, January 29, 2010

O esplendor de Portugal - Antonio Lobo Antunes

"Compreendi que a casa estava morta quando os  mortos principiaram a morrer.
(...)
O autêntico coração da casa eram as ervas sobre as campas ao fim da tarde ou no princípio da noite, dizendo palavras que eu entendia mal por medo de entender, não o vento, nãs as folhas, vozes que contavam uma história sem sentido de gente e bichos e assassínios e guerra como se segredassem sem parar a nossa culpa, nos acusassem, repetindo mentiras, que a minha família e a família antes da minha tinham chegado como salteadores e destruído a África, o meu pai aconselhava
   - Não ouças"

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